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Meio cheio ou meio vazio?

  • Cris Fernandes
  • 20 de dez. de 2017
  • 2 min de leitura

positivo e negativo

Quem nunca se viu diante da pergunta sobre se o copo está meio cheio ou meio vazio. Aqueles que dão a primeira opção como resposta são vistos como otimistas e os que respondem a segunda são considerados pessimistas. O problema é que ninguém quer ser taxado de pessimista. Ser pessimista é algo ruim. As pessoas gostam de estar ao lado de gente otimista, brincalhona, que pensa positivo e que ri das tristezas (ainda que o façam apenas na aparência).

Mas há uma terceira resposta: ambos. O copo não está meio cheio ou meio vazio, mas as duas coisas. A quantidade de água em relação à metade superior ou inferior do copo não faz com que ele esteja meio cheio ou meio vazio. Faz com que as duas coisas estejam acontecendo ao mesmo tempo. Estávamos todos enganados (haha). O fato de respondermos meio cheio ou meio vazio parece depender da nossa perspectiva sobre a vida, o que nos impele a dar uma resposta encarada como positiva ou negativa. É justamente a interpretação que damos a um evento no mundo.

Na Internet, há uma brincadeira sobre as respostas que certos grupos de pessoas dariam, conforme seus pontos de vista. Um capitalista responderia “se eu engarrafar, der um novo sabor e um nome que soe legal, eu posso fazer uma fortuna com isso”. Um sexista diria “este copo não vai se encher sozinho, meu amor”. Já o niilista, afirmaria que “o copo não existe, nem eu”.[1] Um realista diria “ambos”.

Dessa perspectiva, dizer que o copo está meio cheio ou meio vazio é um autoengano. Nenhuma das duas coisas é real. É uma miragem. Pensar que o copo está apenas meio cheio pode levá-lo a se afogar (em tanto otimismo) e pensar que está meio vazio pode levá-lo a morrer de inanição (com tanto pessimismo), pensar que há água suficiente, exatamente a metade do copo, não importando a referência, seria racionalismo exacerbado e assim por diante. Nunca chegaremos a uma conclusão.

otimista, realista e pessimista

Mas estou dizendo tudo isso por uma única razão. Estamos no fim do ano e é muito comum que façamos promessas para o ano seguinte ou que reiteremos antigos desejos. Mas o ano é longo e outros compromissos acabam nos distraindo daquilo que realmente precisamos fazer. A lista inclui se dedicar mais a aprender alguma língua (certamente inglês), poupar dinheiro, deixar um vício, etc. O fato é que quase nunca conseguimos cumprir todos os itens da lista. Os otimistas acreditam na redenção e repetem (e ainda criam novas) resoluções de Ano-Novo, acreditando que da próxima vez será diferente. Os pessimistas vêm com aquela conversa de que já sabiam que nada daria certo mesmo. Os realistas querem saber dos fatos que o levaram a não realizar o planejado. Todos já vimos cenas assim. Então, neste próximo ano, se alguém me perguntar se o copo está meio cheio ou meio vazio, direi ao inquisidor para beber água em uma xícara ;)

[1] Extraído de http://bit.ly/2yWhF4A. Acesso em 10/12/17.

 
 
 

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